O Calçadão de Peixoto de Azevedo
vem se tornando o palco das atenções nos últimos tempos em Peixoto de Azevedo,
eu já venho falando deste caos social a anos e batendo na mesma tecla que se
não dermos as mãos vamos perder esta guerra para as drogas , afinal já estamos
perdendo, pois muitos só darão conta do real problema quando os caos se
alastrar fora do Calçadão e virar epidemia na cidade, infelizmente.
O calçadão e a rua do comercio é
um patrimônio cultural de Peixoto de Azevedo, quem se atrever contar a historia
de Peixoto tem que falar daquelas localidades, pois as mesmas faz parte inicial
de todo o processo histórico de nossa cidade. O
Calçadão por exemplo foi uma das primeiras ruas a serem calçadas em
Peixoto, ali foi inaugurada lojas comerciais e toda uma estruturas
importantíssima para as pessoas da época e também da atualidade, afinal de
contas nenhuma planta vive sem sua raiz.
O que estamos colhendo agora é o
efeito das políticas públicas de ausência nos últimos anos, tudo que é
abandonado o caramujo africano , a dengue,
as drogas, a prostituição e etc certamente tomarão de conta, e o efeito dessa causa mais uma vez se
resulta em violência e mais violência, e não adianta aqui vir condenar a
população, querer transferir a responsabilidade do problema para a sociedade;
sociedade esta vítima de um estado que só cobra deveres, mais não garante os
direitos constitucionais da Constituição Federal de 1988.
Portanto é fundamental não
olharmos as consequências e sim o que ocasionou para o então Calçadão se
transformar em um ponto turístico das
drogas e violência. Já venho falando sobre a possível epidemia das drogas no
Calçadão a anos, porem infelizmente me marginalizaram e me viraram as costas, e
era um pequeno problema que agora se transformou em um monstro.
O que era para ser restaurado e tombado
por ser um patrimônio cultural histórico da cidade, não, fizeram totalmente o
contrário, meteram um trator de esteira e derrubaram toda a calçada do Calçadão
construída a muitos anos atrás, tudo isso no intuito de abrir passagem para o
carro da polícia passar mais rápido, ou seja o único olhar que o sistema
opressor tem, é o olhar repressivo, o olhar policialesco, de ver a polícia como a única ferramenta para
combater a violência, aliás derrubaram o Calçadão mais o tráfico de drogas não,
ele continua a todo vapor, esta é a prova que a solução não é simplesmente a
polícia, e sim de toda uma contextualização social onde a sociedade é a vítima
e o estado é o seu opressor.
A polícia é importante e fundamental,
só que a mesma estar sozinha nesta
guerra, além do estado que é o principal causador deste abismo social, é
necessário uma rede com instituições e profissionais como Psicólogos,
Assistentes Social, Educadores e etc, para não deixar a polícia trabalhar
sozinha, pois a questão é social e este olhar repressivo de policia contra
ladrão e ladrão contra a policia tem que acabar, pois os números provam que a
violência no Calçadão e em Peixoto só
aumentaram, inclusive somos a terceira cidade mais violenta do estado, segundo
alguns jornais que vinculam no estado; ou seja alguma coisa historicamente
estar errado.
Seria utopia falar que iremos
acabar com as drogas, como seria também utopia falar que teremos uma sociedade
perfeita, mais o que não podemos é virá as costas para o problema e nem
generalizar as pessoas que moram e permeiam por ali, pois já tive a
oportunidade de desenvolver várias atividades socioculturais no Calçadão, e
famílias de bem inclusive centenas de crianças que ainda não viraram bandidos, ociosas
e vulneráveis estão esperando as políticas publicas chegar até eles.
O mais bacana e lindo daquela localidade, é que quando
trabalhei por ali, pesquisei algumas famílias em torno do calçadão questionando
o que elas gostariam que o calçadão se transformasse, e as respostas foram
simples e surpreendentes como: Transformar o Calçadão em um Centro Cultural,
transformar o Calçadão em uma quadra de esporte, transformar o Calçadão em uma
Feirinha para comercializar a agricultura familiar ou transformar o Calçadão em
um laboratório de informático com uma biblioteca publica; estas e outras ideias
foram respondidas pelos próprios moradores que
moram ao redores do Calçadão.
Alguns olham para o Calçadão e
ver estigma e eu vejo carisma, alguns olham para o Calçadão e ver dificuldades
e eu vejo uma grande oportunidades para se praticar algo positivo para aquela
localidade e famílias, portanto “O SEU OLHAR DEFINE SUA AÇÃO”. O que tenho
certeza é que nunca é tarde para se reinventar, para se criar alternativas, para
transformar dificuldades em oportunidades; e as soluções os próprios moradores
sabem muito bem quais são, porem a sociedade que é desprovida de educação e
alienada por um sistema opressor, não tem o poder da caneta, mais de uma coisa
tenho certeza, todos tem o direito de sorrir e o direito de ser feliz.
Causa e Efeito, só dever sem
Direitos.